segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Esquecidos de Réquiem


Mais uma história com meus queridos amigos escritores, Esquecidos de Réquiem surgiu de uma brincadeira minha com os amigos da comunidade e acabou virando novela. Deixo aqui para que todos possam acessar o link para o resultado final desse brincadeira gostosa e criativa!!!


"Alguns autores da antologia Réquiem para o Natal se propuseram um exercício de
imaginação e colaboração: criar uma novela coletiva no melhor estilo mexicano.
Cada um contribuiu com um trecho e o próximo autor tentou dar continuidade ao
que o anterior escreveu, construindo uma narrativa única.
A história se passa à oeste do lado mais escuro do Natal em um povoado chamado
Réquiem e fala de muitas lutas, de vilões e heróis.
As reviravoltas, as tramas e os mistérios que envolvem cada personagem vão aos
poucos contando o drama que envolve a cidade. Aqui ninguém é inocente e o
próximo capitulo pode ser o último de sua vida."
Esse é o link para a novela
Espero que gostem, e um beijo especial para Danny Marks, Adriana "Del Pueblo" Silveira, Cristiane Urbinatti, Celso Junior (ou Theo Magus), Monica Sicuro, Rúbia Cunha, Roanldo Luiz de Souza e Ricardo Delfin... Amigos queridos que participaram dessa loucura também!!!

sábado, 13 de dezembro de 2008

Lembranças

Ainda me lembro de quando o calor do seu corpo me aquecia.
Bom tempo aquele em que você me protegia.
Com você eu me sentia seguro, você sempre fazia tudo pensando em mim, sempre no que era melhor para mim.
Enquanto estávamos juntos me sentia muito amado, éramos só eu e você, e por mais que alguém quisesse roubar você de mim não poderia.
Eu sempre estava com você, sempre ia aonde você ia. Éramos um só.
Você se preocupava se eu estava bem, e tudo que você sentia eu sentia também. Por vezes eu chorei as tuas lágrimas e sorri os teus sorrisos. Às vezes eu ficava muito feliz e tentava mostrar isso a você, mas você nem sempre percebia. Lembro-me de uma vez em que minha felicidade era tanta que fiquei inquieto e você achou que algo estava errado, que tinha acontecido alguma coisa... - Bobinha!
- Bons tempos aqueles...
Mas a separação chegou, eu não queria, não queria me separar de você, tinha medo que você não me amasse mais, e sabia que depois de tanto tempo juntos você também tinha medo de ficar sozinha.
Mas a natureza falou mais alto e o momento chegou...
Eu nasci.
E então descobri que o amor de uma mãe para um filho nunca acabaria.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Teatro




Minha vida é uma peça de teatro, meu palco é o mundo onde cada parte de minha vida é um ato, às vezes um espetáculo profundo.
Todos são assim, todos são atores representando a peça da vida.
Eu represento vários papeis. No trabalho sou o profissional competente e dedicado que não se importa se mais uma vez vai trabalhar até mais tarde, e que papel bem feito tem sido esse...
Para os amigos represento a pessoa forte em quem podem se apoiar aquela que sempre tem a palavra certa. Entre os parentes às vezes faço o palhaço brincalhão, outras o chato mandão.
Já na família, minha pequena família que dorme e acorda comigo e aqueles que são mais que amigos, quase irmãos, tenho sido o triste... O chorão.
São tantos os papeis, é tanta encenação, não é por que sou falso ou me escondo, mas... Por que no meio de tantos eus... Quem sou eu então?

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Aprendendo muito e conhecendo pessoas.

Eu, Helena Gomes e Ricardo Delfin




Sempre escrevi para mim.
Até que um dia por apoio de uma amiga resolvi mostrar para outras pessoas meus fantasmas, meus desabafos, meus devaneios, delírios e histórias onde o mundo poderia ser perfeito. O que nunca soube foi que a escrita depois de compartilhada poderia tornar meu mundo real não perfeito bem mais interessante.
E esse sábado foi prova física disso. Fui a Oficina Pratica da Escrita, organizada pelo Cláudio Brites e ministrada nesse dia por Helena Gomes na Unicsul – Campus Liberdade.
Conheci pessoas maravilhosas que nem imaginava que poderiam existir, reconheci velhos amigos da internet que pensei que nunca poderia abraçar pessoalmente. Reencontrei aquele que já tinha conhecido e pensei que nunca mais fosse ver novamente.. Realmente foi um sábado enriquecedor.
E além de todas essas pessoas maravilhosas que conheci, tive a oportunidade de aprender muito com a aula que Helena nos deu sobre o Conto Fantástico e técnicas da escrita, passei a ser sua fã.
O engraçado é que muita gente se inscreve para essas oficinas e não vai. É um projeto maravilhoso e gratuito e as pessoas não aproveitam...
Bom, o importante é que eu fui e as outras pessoas que lá estavam me ensinaram muito. Não poderia deixar de compartilhar essa experiência e graças a Monica (grande amiga carioca que agora eu já tive o prazer de abraçar) tem até algumas fotos para postar aqui.

Helena Gomes



Renato ou Leopoldo (rs), Claudio Brites e Ricardo Delfin


Só tenho a agradecer a todos que lá estiveram.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Férias


Finalmente eu acordei não me sinto muito bem minha cabeça ainda dói, mas o que importa ela sempre dói mesmo. Hunf, já nem me lembro mais o dia que não senti dor alguma... Mas também quem é que não há de ter dores com essa vida corrida... Acorda, toma banho, se arruma, arruma as crianças...

- Corre Lisa, todo dia você perde a hora. Se não ficasse tanto tempo brincando ou conversando com seus amiguinhos até tarde poderia dormir mais cedo e não perderia mais a hora!

Essas crianças só pensam em se divertir, acham que a vida é diversão, bate papo ou qualquer outra coisa que não seja séria...

E continua a correria, levo as “crionças”, corro para o trabalho, no caminho passo na papelaria para pegar minha tese. Aproveito que o balconista está demorando e passo os olhos no relatório da reunião... Droga! Estou tão perdida nesse balancete quanto cego em tiroteio.

- Aff, preciso de férias!

Noto que o outro atendente me olha... Uau! Há quanto tempo não sou paquerada? Desde o divórcio não arrumei nenhum namorado. Também não tenho tempo para namorados, quem sabe nas minhas férias eu arrumo um... Aí sim terei tempo para ele. Faço charme, jogo os cabelos, só para levantar o meu ego... Daí percebi que ele olhava para a mulher atrás de mim...

- Nossa que mico!

Chego ao escritório. Trabalho, trabalho, trabalho, trabalho... Opa almoço! Trabalho, trabalho, trabalho, trabalho.

Fui para casa pensando, decidi, vou tirar férias! Já tenho uma vencida mesmo... Vou viajar, vou fazer uma plástica... Afinal preciso dar um jeito nessa cara. Que namorado vai querer uma mulher que tem malas ao invés de bolsas em baixo dos olhos.

Continuo planejando tudo que vou fazer, são 45 dias, da para fazer muita coisa... Vou escolher uma praia bem boni...

- Mãeeeeeeeeeeeeeeeee...

Nem percebi que já estava na garagem se não fosse o grito do Diego me cortar os pensamentos.
- A Lisa não quer brincar comigo!
- Mentira mamãe! Eu quero sim, só que eu quero brincar de Cinderela e ele quer brincar de Street Figther!
- Cinderela é coisa de menina e eu sou homem! E mostra os músculos.
Mal consigo entender o motivo da gritaria e eles continuam em coro:
- Brinca comigo mãe!
- Não ela vai brincar comigo! Gritam novamente juntos.
1, 2, 3... 10! Respira... Solta!
- Meus amores, a mamãe vai brincar com vocês dois, muito e muitas vezes.
- Sério? Dizem eles com os olhinhos arregalados.
- Sério. Nas férias vamos brincar muito, vamos viajar, vamos nos divertir...
- Nas férias? De que ano mamãe? Por que você sempre fala isso e as férias nunca chegam.
- Deixa Diego, vamos brincar de Cinderela ninja... A mamãe nunca brinca mesmo.

Sei que já tinha prometido isso antes, mas dessa vez era sério, eles podiam acreditar, eu realmente decidi e vou tirar férias. Só preciso comunicar o meu chefe e esperar a defesa da minha tese... Mas vou tirar.
Pipipi, pipipi, pipipi!
Ai despertador maldito, eu estava sonhando. Eu, as crianças, um cara maravilhoso, uma praia linda... E esse barulho infernal vem me acordar.
Banho, café, roupa...
- Corre Lisa, você vai perder a hora...
Ai ai, tudo igual, já passaram Quase dois meses do dia em que eu decidi tirar férias e todo dia as crianças me cobram: “Mamãe, falta muito tempo?”. Bom ao menos meu chefe dessa vez concordou que eu saísse de férias. Agora eu só preciso me preocupar com a minha tese, o resto eu penso quando estiver em férias, sossegada na praia, só curtindo...
Nossa nem acredito que chegou o dia, estou tão ansiosa. Hoje à noite defendo minha tese e amanhã estou de férias... Hahaha, os pequenos estão impacientes, eles falam que finalmente vou ter tempo para eles, que vou viver de verdade, como se eles soubessem o que é a vida...
Bom, malas prontas, aplicação de botox agendada, há não posso me esquecer da minha agenda de telefone dos tempos de solteira... Como é bom sair de férias depois de três anos sem parar, nem acredito que está tão perto...

- Mãeeeeeeeeeeeee, o que eu coloco na minha mala? Não cabem todos os brinquedos!
Por que eles sempre gritam no melhor dos meus pensamentos?
Já é hora da apresentação, deixei as crianças com a minha irmã que eles tanto adoram, também ela sempre tem tempo para fazer todas as vontades deles... Não! Isso não é hora para inveja, afinal em algumas horas eu serei a profissional de sucesso e doutora em minha área.
No carro vou pensando em tudo que vou falar. Faço a apresentação e é um sucesso. Nossa nem acredito, sou mesmo doutora, nem acredito.
Sai tão feliz e apressada que nem notei a escada, tropecei, quebrei o salto, sai rolando escada abaixo e só parei na rua. Bum! Ninguém sabe de onde veio aquele carro.
Acordei com aquela mulher me cutucando, o rosto dela não era estranho, me esforcei para lembrar de onde a conhecia. Ela sorriu e disse:
- Você não queria tanto férias, mas vivia adiando? Bem vinda à colônia, agora terá bastante tempo para descansar.
- Que bom, cadê as crianças, quero avisá-las que o grande dia chegou! Que vamos poder brincar, viajar, fazer tudo que eles sempre quiseram e que eu sempre deixei para depois...
Mal acabei de falar e a tal moça apontou uma espécie de janela onde vi uma imagem. Era aquele sonho que tive há algum tempo: as crianças, a praia, o cara maravilhoso... Hei! O que a minha irmã está fazendo ali? Tem algo errado, quem tinha que estar ali era eu!
Logo vi outra janela, tinha um lindo jardim, uma bela escultura em foram de anjo e em baixo uma mensagem:
“Amada mãe e irmã, sempre tão esforçada e apressada, tenha ao lado dos anjos suas merecidas FÉRIAS”.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Definir o Amor...

Hoje em uma cominiudade onde estou sendo entrevistada me pediram para definir o que era o amor para mim, acho que mais facil do que definir o amor é definir o que é amar... Bom pensei bastante e segue a resposta que escrevi :


Defina Amor
Amor. Às vezes as pessoas acham que amor é um sentimento complexo, difícil, que precisa de muitas coisas... Bobagem. Eu não vejo o amor assim. Eu vejo amor como a coisa mais simples e forte do mundo. Amor é querer bem, é quere que seja feliz, é ter carinho, é sentir falta mesmo estando perto ou saber que está perto mesmo a quilômetros de distancia. Amar é pedir ao Pai de Amor que mande seus anjos para proteger, amar é deixar quebrar a cara, e depois estender a mão para ajudar, porque todo mundo precisa quebrar a cara, o que é para eu viver outra pessoa não vai viver no meu lugar. Amar é deixar livre, é quere que a pessoa seja feliz, mesmo que para isso você sofra por um tempo. Amor é companheirismo, amizade. E ao contrario do que algumas pessoas dizem, eu não acredito que existam vários tipos de amor. Amor de amigos, amor de homem e mulher, amor de pai, amor de filho... É tudo a mesma coisa, a diferença é que amor de homem e mulher tem sexualidade. E o amor de mãe e pai normalmente é mais incondicional, por que uma mãe e um pai sempre vão amar seu filho sem exigir que ele a ame também ou que tenha algum tipo de troca. Mas o sentir amor, o amar, é igualzinho para todos, por que como disse Amar é querer bem. Se você ama o teu amigo, você o quer bem. Se você ama teu irmão, você o quer bem, se você ama o mendigo da esquina, você o quer bem, então meus amigos essa é a maior prova de que todos os amores são iguais.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Solidão.



Mais uma vez me vejo aqui sentada nesse canto escuro, quase esquecida pela vida e pelo mundo.
Já não tem nada que me agrade e o que me interessava antes já não me interessa mais.
Não encontro posição confortável... Que conforto posso ter se o que me incomoda são meus próprios pensamentos. Penso em me jogar, me jogar no mundo e abandonar tudo, penso em desistir de todas as convicções, crenças, princípios e ideologias. De nada elas me servem aqui sentada nesse canto escuro.
Tento me levantar, mas perco o equilíbrio. Será isso o reflexo de já ter perdido o equilíbrio emocional?
Não agüento mais! Quero fugir de tudo isso. Quero sair desse canto, quero ver a luz, quero a vida de novo... Mas já é tarde, já não consigo mais...
O que mais me machuca é a solidão. A solidão me faz ter que me ouvir sendo o que eu mais quero é fugir de mim mesma.
Choro. Choro muito, choro até que secam todas as lagrimas e me vejo de novo sozinha. O desespero vem e vai em rompantes de choro, de raiva, de loucura, de desprezo pelo mundo que um dia me desprezou. Mas no final todos os sentimentos vão e só eu fico, e fico só... E a solidão continua a me machucar.
E esse ciclo se repete por muito tempo... Por tanto tempo que já nem sei mais que tempo é...
Vencida, derrotada, atordoada, transtornada... Desisto.
Já não luto, deixo meu corpo cair exausto e tudo acaba.
Olho-me de cima e vejo que ainda estou só.
Mas já estou livre, saio voando, buscando o mundo e a luz e tenho a certeza que é a ultima vez que alguém deixa o meu corpo só.

Chata, muito chata

Por que tem dias que nos sentimos tão sozinhos, tão carentes... Não se todos são assim, mas eu sou. E odeio quando fico assim. Fico triste e chorosa e odeio chorar. Às vezes o choro é sinônimo de fraqueza e não gosto de parecer uma pessoa fraca. Sei que nesses dias acabo chorando, e o porquê eu choro nunca sei explicar.
Hoje é um desses dias, e parece que o clima acompanhou meu humor, o dia está cinza, chato, apático, sem graça... Assim como eu.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

APAGANDO ESTRELAS




Ainda sinto seu cheiro espalhado pelo meu corpo e seu gosto marcado em minha boca pelos beijos que outrora trocamos... O suor que escorria do calor de nossos corpos penetravam nos poros um do outro como se isso fosse mais uma maneira de nos tornarmos apenas um. O desejo era algo incontrolável e ainda me atormenta. Sinto que mil horas não seriam suficientes para acabar com toda luxuria que despertou em mim. No memento em que estava em seus braços todo o resto foi esquecido e mergulhamos num prazer intenso e inebriante onde nossos corpos eram o tudo e o tudo era o nada. Onde o que importava era o prazer que estávamos sentindo e que o universo parava para sentir aquela vibração , como se cada movimento de nossos corpos na ânsia de permanecer colados, fosse o motivo para a movimentação das estrelas e a cada suspiro de prazer uma delas se apagasse no céu contemplando a energia que saía pelo ar. E uma a uma elas iam se apagando em uma cadência rítmica, e os suspiros crescentes transformando-se em gemidos culminando no momento máximo de prazer e na escuridão total do céu antes totalmente estrelado...
Seu cheiro ainda está espalhado em mim, e hoje ainda há muitas estrelas no céu para se apagar...
Deborah Brandão 31/10/2008